Projeto de Iniciação Científica (2015-2016) apresentado no 22º Congresso de Iniciação Científica da Universidade de Brasília e 13º Congresso de Iniciação Científica do Distrito Federal.
Autor da pesquisa: Jorge Marinho
Orientadora: Profa. Dra. Nitza Tenenblat
Colaboradores: Alexandre da Silva Batista, Nei Rodrigues Cirqueira, Pedro Henrique Silva Lopes
Resumo: Reconhecendo a importância de se organizar e sistematizar conteúdos gerados por grupos teatrais de criação em coletivo, este trabalho propõe à exploração destes conceitos junto à constante conexão com a prática do grupo de pesquisa Criação em Coletivo para a Cena do Departamento de Artes Cênicas da Universidade de Brasília em atividade desde 2015. São compartilhadas as contribuições práticas desta pesquisa sobre o processo criativo do grupo e como a melhor apreensão de organização e sistematização fortalecem a criação em coletivo. Este artigo defende que a sistematização oportuniza a existência histórica da produção de um coletivo teatral bem como contribui com a autoconstrução de sua identidade, potencializando a própria produção em coletivo. A metodologia empregada na construção deste estudo foi apoiada na práxis do grupo de pesquisa Criação em Coletivo para a Cena (CEN-UnB) e abarcou: a contextualização histórica e estudo das especificidades da prática teatral de criação em coletivo a partir dos autores Rosyanne Trotta, Stela Fischer, Antônio Carlos de Araújo Silva e Nitza Tenenblat, pesquisadores brasileiros deste modo de produção teatral; o aprofundamento nos conceitos teóricos de sistematização, organização e método, fortalecido pela leitura e análise de estudos teóricos sobre o tema encontrados nos cadernos da CUT Brasil “O que é sistematização?” e “Projeto de Sistematização”; análises individuais e coletivas dos exercícios de criação em coletivo para a cena criados e/ou desenvolvidos pelo grupo; coleta, organização e registro de forma sistematizada destes exercícios à luz da obra Jogos Teatrais: o Fichário de Viola Spolin da referida autora. A pesquisa levou à abertura de um leque conceitual e frutos para o coletivo e nossa práxis enquanto grupo de pesquisa teatral: os conceitos organização e sistematização tornaram-se mais concretos e distintos entre si, viabilizando um entendimento mais maduro do nosso modo de produção característico. A partir disso, desenvolvemos um olhar mais crítico sobre nossa prática, que influiu em decisões mais efetivas quanto à organização dramatúrgica, às reuniões sobre produção e seus desdobramentos e às formas e procedimentos de registros de ensaio. Outro resultado importante foi a criação de uma lista sistematizada de exercícios de criação em coletivo para a cena criados e/ou desenvolvidos pelo grupo desde o início de suas atividades em 2015. Este estudo revela a importância da conscientização dos grupos teatrais para a sistematização de suas produções bem como à organização dos procedimentos e exercícios que antecedem a cena. Este movimento não só resulta em um olhar mais crítico sobre a práxis do grupo, mas também oportuniza a existência histórica da produção de um coletivo e contribui com a autoconstrução de sua identidade, potencializando a própria criação em coletivo. Essa abordagem permitirá refletir sobre os legados dos coletivos criativos para o teatro e para o teatro de grupo, considerando as contribuições da cena, que é efêmera, somadas àquelas materializadas no tempo.
Realização: Coletiva Teatro – UnB
Apoio: FUB
